Fim da Espera! Dungeons & Dragons Retorna Oficialmente ao Brasil em Português
agosto 4, 2025
Todo jogador de RPG conhece este momento: a folha em branco, a caneta na mão e uma cabeça cheia de possibilidades. Criar um novo personagem é um dos rituais mais empolgantes do nosso hobby. Mas como transformar uma coleção de números, habilidades e equipamentos em alguém que será lembrado por toda a campanha (e talvez por anos)?
Um personagem memorável não é definido apenas pela sua classe ou pela sua força em combate. Ele é definido por sua alma, suas cicatrizes e suas ambições. Se você quer dar um passo além do básico e criar heróis (ou anti-heróis) que realmente marcam a história, este guia é para você.
1. Comece com o Conceito, Não com os Números
Antes de pensar em qual raça tem o melhor bônus de Destreza, pergunte a si mesmo: qual é a ideia central do meu personagem em uma única frase?
Este é o seu “pitch de elevador”. Tente ser evocativo.
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- Em vez de: “Um guerreiro humano.”
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- Tente: “Um ex-soldado desertor que luta como mercenário para pagar uma antiga dívida de honra.”
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- Em vez de: “Uma maga elfa.”
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- Tente: “Uma maga reclusa que busca um grimório perdido para provar que seu mestre, considerado louco, estava certo.”
Esse conceito central será sua estrela-guia para todas as outras decisões.
2. A Motivação é o Motor de Tudo
Um personagem sem um objetivo é apenas um passageiro na aventura. A motivação é o que o empurra para fora da taverna e o faz arriscar a vida. Pergunte-se: O que meu personagem quer mais do que tudo? E por quê?
Boas motivações são específicas e, de preferência, têm um fundo emocional.
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- Ruim: “Eu quero ficar rico.” (Por quê?)
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- Bom: “Eu quero ficar rico para comprar de volta as terras da minha família, que foram tomadas por um nobre corrupto.”
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- Ruim: “Eu busco vingança.” (Contra quem? Por quê?)
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- Bom: “Eu busco vingança contra o cartel que assassinou meu parceiro, e carrego o distintivo dele como um lembrete diário da minha missão.”
Um bom Mestre de Jogo usará essa motivação para criar arcos de história pessoais e envolventes para você.
3. Abrace as Falhas e as Imperfeições
Personagens perfeitos são chatos. Ninguém se conecta com eles. São as falhas, as fraquezas e as contradições que tornam um personagem humano (mesmo que ele seja um anão ou um draconato) e interessante de interpretar.
Uma falha não precisa ser algo que o prejudique em combate. Pense em traços de personalidade:
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- Arrogância: Ele é o melhor no que faz, mas sua prepotência o impede de aceitar ajuda.
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- Um Código de Honra Rígido: Ele nunca mente ou quebra uma promessa, mesmo que isso coloque ele e o grupo em perigo.
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- Fobia: Um medo irracional de aranhas, de lugares fechados ou até de magia.
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- Vício: Seja em jogos de azar, em bebida ou em conhecimento proibido.
Essas falhas criam oportunidades fantásticas para interpretação e conflitos dramáticos.
4. Conecte-se ao Mundo (e ao Grupo!)
Seu personagem não nasceu ontem no vácuo. Ele tem um passado, e esse passado deve ter raízes no mundo de jogo. Antes de começar a jogar, defina pelo menos três conexões:
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- Um NPC Amigo ou Mentor: Alguém com quem seu personagem se importa. Pode ser um parente, um velho mestre ou um amigo de infância.
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- Um NPC Rival ou Inimigo: Alguém que tem uma história com seu personagem. Uma rivalidade saudável ou um ódio mortal dão ótimos ganchos de aventura.
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- Uma Ligação com Outro Personagem Jogador: Converse com os outros jogadores! Talvez seu ladino já tenha roubado o clérigo no passado? Ou o guerreiro e o mago serviram juntos na mesma legião? Isso cria uma dinâmica de grupo instantânea.
5. Os Pequenos Detalhes que Dão Vida
Agora que você tem a estrutura, é hora de “pintar” o personagem com pequenos detalhes que o tornam único.
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- Aparência: Vá além de “cabelos castanhos e olhos azuis”. Descreva uma cicatriz e sua história. Uma tatuagem estranha. Uma peça de roupa ou joia que ele nunca tira.
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- Maneirismos: Ele tem um tique nervoso? Gesticula muito ao falar? Tem um bordão ou uma frase que repete sempre?
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- Voz: Como ele soa? Ele fala baixo e rápido, ou de forma lenta e professoral? Você não precisa ser um dublador, mas ter uma ideia da voz ajuda muito na imersão.
A Dica de Ouro: Deixe Espaço para Crescer
A ficha de personagem não é um documento escrito em pedra. É um ponto de partida. O personagem mais memorável é aquele que muda e evolui com a campanha. Permita que as aventuras o afetem. Um paladino idealista pode se tornar cínico após testemunhar muita corrupção. Um ladino egoísta pode aprender o valor da amizade e se tornar um herói.
Não tenha medo de que seu personagem termine a campanha sendo uma pessoa muito diferente daquela que a começou. Essa jornada é a essência do RPG.
Criar um personagem é uma arte. Use essas dicas como um guia, mas lembre-se de que a regra mais importante é criar alguém que você se divirta interpretando. Agora pegue essa ficha em branco e comece a rascunhar sua próxima lenda.
E você? Qual foi o personagem mais memorável que já criou ou viu em uma mesa? Compartilhe sua história nos comentários!
